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Termo Definição
Tu bi-Shvat
Glossários: Primeiro Testamento

Novo Ano das Árvores – em Hebraico : Tu bi-Shvat ou 15 Shvat

Ano Novo das árvores - Roch Ha shana la-ilanot

Dia das árvores, festa menor do calendário judaico. Essa festa não está mencionada na Bíblia e esta é mencionada pela primeira vez por volta do fim do período do Segundo Templo. Esse dia particular apareceu como uma data limite para fixar o dízimo prescrito sobre os produtos das árvores frutíferas. O fruto maduro antes do Novo Ano das árvores deveria ser incluído no cálculo do ano precedente, quando tudo aquilo que foi produzido após essa data devia ser taxado no ano seguinte.

Na Mishná (Roch Hashana 1,1) existe a narrativa sobre uma discussão entre as escolas de Hillel e de Schammai no que diz respeito à data dessa festas. As duas escolas concordam sobre a data ser no mês de Schvat que marca o final do inverno pelos primeiros sinais do despertar da naturezam mas a escola de Schammai determina que o primeiro dia de Schvat seria o dia da festa e os discípulos de Hillel preferia celebrar no 15° dia de Schvat. Esse desacordo de certo modo expressa a diferença de estatuto econômico entre essas duas escolas: os de Hillel eram mais pobres, a terra deles demorava mais em despertar do inverno. De toda forma, ao confirmar o 15° dia do mês de Schvat como data do Novo Ano das árvores, os rabinos relacionaram essa festa menor com as outras duas festas agrícolas - Pessach e Soukkot - que também eram celebradas igualmente na metade do mês.

Após a destruição do Segundo Templo, as leis do dízimo não eram mais válidas pois elas não se aplicavam fora da Terra Santa. Contudo, essa festa menor foi mantida, mas se revestiu com um sentido um pouco diferente. Por toda parte onde os judeus viveram, essa festa os ajudou a preservar a sua conexão com a Terra de Israel. Quando se encontravam cercados pela neve, no exílio a Festa de Tu bSchvat lhes lembrava o clima mais clemente da sua antiga pátria. Essa festa foi mantida no calendário como um dia onde era probido jejuar, e onde se omitia as preces de penitência de Tahanoun porque não convinham a essa ocasião.

No século XV, os místicos de Safed introduziram cerimônias e ritos novos marcando o Novo Ano das Árvores. Sob a influência de R. Isaac Louria, formou-se o hábito de reunir-se e onde se comimam os frutos prescritos. Durante a cerimônia, bebia-se quatro taças de vinho, como no Seder de Páscoa. Essa liturgia se tornou popular nas comunidades sefaradis na Europa e nos países islâmicos; em 1753, leituras apropriadas foram publicadas numa coleção intitulada Peri ets hadar (“O fruto da bela árvore”).

Entre os diferentes frutos consumidos tradicionalmente em Tu bi-Schvat, o lugar de honra foi dado ao fruto da alfarrobeira que existia em grande quantidade na antiga Terra de Israel. A amendoeira ocupa um lugar especial nesta festa, pois ela é a primeira a florir em Israel após o inverno, e na metade do mês de Schvat ela está em plena floração, inaugurando assim a primavera. Em Israel hoje, plantam-se milhares de árvores em Tu biSchvat; um grande número de alunos participa dessa atividade.