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Termo Definição
Jeremias
Glossários: Primeiro Testamento

Em hebraico : Yirmeyahou – Séculos VIII – VII a.C.

O profeta Jeremias é o segundo dos três Grandes Profetas, juntamente com Isaías e Ezequiel, da seção profética da Bíblia. Ele nasceu em Anathot, pequena cidade de sacerdotes ao nordeste de Jerusalém. Ele viveu em Jerusalém durante toda a sua carreira, que estendeu por mais de quatro décadas e coincide com a queda do Império Assírio e com a ascensão da Babilônia com sua supremacia sobre o todo o Oriente médio antigo. Ele foi testemunha da Aliança, que ele denuncia, entre a Judeia e o Egito, da derrota que a Babilônia infligiu ao Egito e da destruição do Templo e do Reino de Judá pelos Babilônios.

Ele começa a profetizar em 626 a.C., quando ainda era apenas um jovem, e continuou sua atividade profética durante os reinados dos últimos reis de Judá. Ele aconselha, em sua mensagem política, de se submeter à Babilônia e de esperar ajuda somente de Deus, sob pena de cativeiro e de exílio. Esse apelo à submissão, sinônimo de fracasso político, concretizado por ações simbólicas, lhe rendeu a cólera dos soberanos, especialmente de Joaquim e de Sedecias, como também da multidão que considerava o profeta como um traidor. Ele foi perseguido e quase até certa vez perdeu a vida. Sua mensagem religiosa foi igualmente acolhida com hostilidade. Ele denuncia a confiança cega e hipócrita no Templo e em geral a maldade do povo. Ele chegou a acusar os líderes espirituais, incluindo outros profetas, de mentira e de hipocrisia. A base de seu ensinamento é bem ilustrado pelos seguintes propósitos: “Assim fala o SENHOR: que o sábio não se glorie de sua sabedoria! ... mas que se glorie unicamente disso: de ser muito inteligente por Me compreender e saber que Eu, o SENHOR, exerço a bondade, o direito e a justiça sobre a terra” (Jr 9,23).

Ele prediz igualmente uma Aliança Nova com Deus, que seria gravada nos corações dos filhos de Israel (Jr 31,31-34). Sua insistência sobre a futilidade de uma oposição aos Babilônios lhe rendeu da parte desses últimos, após terem conquistado Jerusalém, de ser considerado persona grata. Ele não foi exilado para a Babilônia com o resto da elite e lhe deixaram permanecer na Judeia na esperança de que ele agiria naquele lugar como um elemento pacificador. No entanto, após o assassinato de Godolias (Gedaliah), governador da Judeia, instalado pelos Babilônios, os outros chefes Judeus que tinham igualmente permanecido, temendo a represália dos Babilônios, fugiram para o Egito e obrigaram o profeta a ir com eles. A última vez que o profeta falou sobre estes, o fez para denunciar a idolatria dos Judeus no Egito.


Fontes consultadas:
Dictionnaire Encyclopédique du Judaïsme – Paris: Bouquins Cerf/Robert Laffont, 1996, p. 513-514.