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Termo Definição
Jonas
Glossários: Primeiro Testamento

JONAS (Em hebraico: YONAH)

Quinto livro do conjunto que compõe a seção dos Profetas Menores da Bíblia. Contrariamente aos outros textos desta seção, ele contém apenas uma breve profecia de cinco palavras (Jn 3,4), o conteúdo essencial da obra sendo a narrativa detalhada sobre o que acontece com Jonas, filho de Amitai.

Deus lhe ordena de se dirigir até ao Leste para ir pregar na cidade de Nínive; ele acrescenta que se todos os habitantes nela não se arrependerem , a cidade será destruída quarenta dias mais tarde.

Como Nínive era cidade inimiga dos Israelitas, Jonas recusa começar essa missão. No lugar de ir para Nínive, ele vai até Jope (Jafta) e toma uma embarcação para Társis, esperando assim escapar da sua missão. No meio das viagem uma tempestade ameaça engolir o barco, os marinheiros tiram a sorte para saber quem seria o responsável e a sorte aponta Jonas. Esse último, dormia pacificamente, mas foi acordado para ser então questionado.

Diante das questões, ele respondeu somente assim: “Eu sou um Hebreu e temo o SENHOR, Deus do céu...”. Finalmente os marinheiros jogam Jonas para fora do barco, e a tempestade cessou.

Jonas é em seguida engolido por “um grande peixe” (nada se fala na Bíblia sobre uma baleia). Ele permanece no interior do peixe durante três dias e três noites em oração a Deus. Para terminar, o peixe o vomita na costa.

Considerando que não havia outra alternativa, Jonas vai à Nínive, onde ele prega sobre a destruição iminente da cidade. O rei e o povo foram tocados pela sua pregação e todos se arrependeram fazendo jejum. A cidade foi salva, mas Jonas ficou aflito. Deus fez nascer uma planta de mamona com uma sombra, sob a qual Jonas se refugiu. Deus fez então a planta de mamona ressecar, o que desesperou Jonas. Era a fim de lhe dar uma lição, pois se Jonas se preocupou apenas com uma planta de mamona, que ele não teve trabalho algum de plantar, como Deus então não iria se preocupar com uma cidade de 120.000 habitantes que Ele mesmo tinha criado?

O Livro de Jonas, que tem quatro capítulos, é dotado de características particulares que o distinguem dos livros proféticos da Bíblia. Ele é construído como uma narrativa mais breve do que uma seleção de Profecias. A moral principal é ensinada ao Profeta, ela não é emitida por ele, e Jonas é mais objeto do que o sujeito da narrativa. Para emprestar um termo aplicado à literatura moderna, ele encarna aqui um ante herói. Além da mensagem dirigida ao povo de Nínive, à qual é pedido o arrependimento, Jonas não pronuncia profecia alguma nem ensinamento moral. Essa narrativa tem uma finalidade universal, na medida onde Deus se dirige a uma cidade pagã e não ao seu próprio povo pedindo que este se arrependesse; ao mesmo tempo, Ele se mostra muito preocupado com o destino e a sobrevivência de seus habitantes.

O livro todo inteiro é lido como Haftará na liturgia Judaica durante o serviço religioso após o meio-dia, no Dia de Yom Kippour, e serve para lembrar o poder do arrependimento.

O Livro de Jonas
1,1 – 1,3: Jonas foge da sua missão e vai para Társis.
1,3 – 1, 16: Jonas, acusado de provocar a tempestade, é jogado no mar.
1,17 – 2,10:Jonas é engolido por um peixe e reza a Deus para libertá-lo do ventre do peixe que terminará por vomitá-lo em terra firme.
3,1 – 3,4: Jonas vai até Nínive para predizer a destruição da cidade.
3,5 – 3,10: O povo de Nínive se arrepende e Deus se torna flexível.
4,1 – 4,5: Jonas reza para Deus colocar em execução seu projeto original.
4,6 – 4,11: Deus explica a Jonas a razão pela qual Ele se tornou flexível.

Fontes consultadas: Dictionnaire Encyclopédique du Judaïsme – Paris: Bouquins Cerf/Robert Laffont, 1996, p. 523-524.