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Termo Definição
Maná
Glossários: Primeiro Testamento

Alimento que Deus ofereceu milagrosamente aos Israelitas durante a sua peregrinação através do deserto (Ex 16,14-35). De acordo com Josué 5,12 os Israelitas dele comeram até a primeira Páscoa em Canaã (segundo Ex 16,35, eles deixaram de comer o Maná quando chegaram às fronteiras de Canaã). Esse alimento foi chamado "pão" e foi descrito como uma "substância fina" ou como "uma substância parecida ao grão de coentro, branco e com gosto de bolo de mel" (Ex 16,31). "O maná tinha a aparência do Bdélio (goma-resina aromática comum no Oriente Médio). O povo espalhava-se para recolhê-lo; e o moía em moinho ou o pisava num pilão; cozia-o em panelas e fazia bolos. O seu sabor era de bolo amassado com azeite. Quando, à noite, o orvalho caía sobre o acampamento, caía também o maná" (Nm 11,8).

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Quando caiu pela primeira vez Moisés mandou recolhê-lo na quantidade de um ômer (unidade de volume – um pouco mais de dois litros= 2,2) por pessoa em cada família. Não era preciso guardar para o dia seguinte. Quem infringiu essa ordem de Moisés percebeu que o que tinham guardado para o dia seguinte tinha um cheiro que provocava náuseas. Na véspera do Shabat, devia ser recolhida na sexta-feira uma dupla medida de modo a suprir as necessidades do dia seguinte. De fato o maná não caía em dia de Sábado (Ex 16,22-25). Moisés encarregou Aarão de encher um pote de maná e de colocá-lo diante do Eterno Deus no Santuário. Esse Maná foi destinado a permanecer aí eternamente.

Segundo a Aggadah o Maná era uma das dez coisas criadas no entardecer da vigília do Shabat da Criação (Avot 5,6). Ele foi moído nos céus pelos anjos (TanB sobre Ex, 67), ou que o maná era constantemente preparado para o uso futuro dos justos (Hag 12b). Foi chamado de "o pão dos anjos", pois aqueles que dele comiam também se tornavam fortes como eles. Por outro lado, também como os anjos, eles não tinham necessidade de senti-lo, pois o maná se dissolvia integralmente no corpo (TanB sobre Ex, 67). E foi somente depois de pecar reclamando desse alimento é que os hebreus tiveram de fazer como o comum dos mortais (Yoma 75b). O Maná caía diretamente na frente dos justos, mas os outros deviam ir recolhê-lo, enquanto os pecadores deviam mesmo ir até mais longe para conseguirem recolhe-lo. Não era necessário cozinhá-lo, pois ele teria o sabor de qualquer gosto possível de se pensar. Era suficiente desejar um prato particular para que o maná dele adquirisse o seu paladar. (Yoma 75a). Para a criança, ele tinha o gosto do leite, para o adolescente aquele outro do pão, e para o ancião, o gosto do mel. Quanto ao enfermo, ele adquiria o sabor da cevada embebida em óleo e mel. A quantidade de maná recebida para cada família correspondia exatamente ao número de seus membros. Quando séculos mais tarde o profeta Jeremias convidou seus contemporâneos a mergulharem no estudo da Torah, ele tomou o prato que continha o maná guardado dentro do Templo para lhes lembrar de que Deus continuaria a lhes proporcionar a subsistência como Ele já o tinha feito antes (Mekhilta, Vayassa 6). Na iminência da destruição do Templo esse prato foi escondido juntamente com a Arca e o óleo santo. Quando ocorrer a era messiânica o profeta Elias trará esses objetos escondidos.

No Primeiro Testamento: 14 ocorrências:

Ex 16,15.31.33.35 (2x); Nm 11,6.7.9; Dt 8,3.16; Js 5,12 (2x); Sl 78,24; Ne 9,20

No Segundo Testamento: 4 ocorrências;

(Jo 6,31.49; Hb 9,4; Ap 2,17)
Estavam aí o altar de ouro para o incenso e a arca da aliança, toda recoberta de ouro, na qual se encontrava uma urna de ouro que continha o maná, o bastão de Aarão que tinha florescido, e as tábuas da aliança (Hb 9,4).