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Termo Definição
Malaquias
Glossários: Primeiro Testamento

Em Hebraico – Malakhi.
Último livro dos Profetas Menores e último livro dos livros proféticos em geral. Malaquias talvez seja o nome do autor, se bem que verdadeiramente o termo esteja ligado ao hebraico malakhi, “meu mensageiro”. O título seria portanto uma referência implícita à missão divina que cabe ao autor desse livro (Ml 3,1). Segundo essa forte hipótese, pode-se admitir que o verdadeiro nome do profeta nos é desconhecido.

Além do mais, o livro de Malaquias não nos oferece indicação biográfica alguma que diga respeito ao seu autor. Alguns rabinos do Talmud identificaram o último dos profetas com Esdras e Neemias. Segundo o Talmud (Meg. 15a), Malaquias teria sido contemporâneo de Ageu e de Zacarias. Os três profetas receberam suas revelações no segundo ano do reinado de Dario, rei dos Persas. O Talmud acrescenta que a morte desses três profetas teria marcado o fim do profetismo.

O livro de Malaquias compreende três capítulos e cinquenta e cinco versículos. Hoje em dia os especialistas concordam por datar a redação desse livro no período pós-exílico, aquele do Segundo Templo. Fundamentados nos dados oferecidos internamente no texto, eles chegaram até mesmo a situar o texto nos anos que imediatamente precederam as reformas realizadas por Esdras e Neemias.

Esse livro se distingue pelo seu universalismo: “Sim, do nascer ao pôr do sol, meu Nome será grande entre as nações, em todo lugar será oferecido em meu Nome um sacrifício de incenso e uma oferta pura. Porque meu Nome é grande entre os povos! Disse o SENHOR dos exércitos” (Ml 1,11). É no livro de Malaquias que pela primeira vez, um papel escatológico é atribuído à figura de Elias (Ml 3,23). Considera-se que os últimos versículos do livro (3, 22-24) marquem não somente o final de Malaquias, mas também o ponto mais alto e a nota final de todos os livros proféticos da Bíblia.

Como os livros de Ageu e de Zacarias, esse de Malaquias expressa a transformação sofrida pela profecia no período pós-exílico. Os temas recorrentes que nele são abordados o situam em outro lugar nitidamente num período onde o Templo já tinha sido reconstruído: “Não me agrada a oferenda de vossas mãos!” (1,10; 3,1; 3,10). A Judeia era então governada por um representante do Império Persa (1,8), o entusiasmo espiritual que tinha prevalecido numa época anterior morreu. As três acusações maiores do profeta se levantam contra a degeneração sofrida pelo sacerdócio (1,6 – 2,9), os casamentos mistos (2,11) e a negligência do pagamento do dízimo.

O Livro de Malaquias
Versículos 1,1 – 1,5  Preâmbulo
Versículos 1,6 – 2,9  Sacerdotes acusados de serem os responsáveis da regressão espiritual
Versículos 2,10 – 2,16 Denúncia dos casamentos mistos e divórcios
Versículos 2,17 – 3,5 O Dia do SENHOR se aproxima
Versículos 3,6 – 3,12  Os judeus são acusados de roubar o dízimo que eles deveriam trazer ao Templo.
Versículos 3,13 – 3,21 Condenação daqueles que não acreditam na justiça divina.
Versículos 3,22 – 3,24 A vinda de Elias antes do Dia do SENHOR

Fonte consultada: Dictionnaire Encyclopédique du Judaïsme. Paris: Bouquins Cerf/Robert Laffont, 1996, p. 626 - 627.