OS JUIZES

9- Os Juízes
Essa falta de coesão tinha sido a força da geração anterior, e gerou um relaxamento no plano da fé, e pouco a pouco voltavam as idéias de adorar outros deuses. Era preciso reconhecer que manter-se no nível do monoteísmo ético iria exigir sempre uma grande elevação de alma que o ambiente hebraico ainda não possuía. Assim sendo, e influenciados pelos cultos cananeus (Baal, Astarte), as famílias se deixaram seduzir por uma mistura de cultos (sincretismo), sem se darem conta das incompatibilidades teológicas que trazia essa espiritualidade misturada. Essa falência no plano religioso também tinha consequências no plano político e militar, e por isso numerosas tribos foram submetidas por outras tribos ao seu redor, que aguardavam há muito tempo poderem se vingar de Josué. Sobrecarregadas por altos impostos, se dirigia então ao Eterno, como seus antepassados tinham feito no Egito.

Surgiram então vários líderes carismáticos e fiéis àquela vocação nacional de Israel, e que foram chamados "Juízes". "Sua função principal era assegurar o comando militar da nação (ou ao menos, de um grupo de tribos), em tempos de guerra"[1]. Esses se levantavam em momentos difíceis e reunindo as forças vivas da nação de Israel, expulsavam o inimigo. Alguns chegaram também a reeducarem o povo (Débora, Gedeão) nos valores verdadeiros de Abraão e de Moisés. Mas o que mais contribuiu para a solidariedade entre as tribos e a educação do povo foi seu último juiz, Samuel, cuja história nos é contada no livro que tem o seu nome. A unidade foi tamanha em seu tempo que o povo pede a ele que escolha um rei para poder sentir melhor sua unidade.