22 – O Reino da Judéia – João Hircano

Dinastia dos Hasmoneus Joao Hircano

A vitória de Simão não significou que tudo já estava conquistado pelos habitantes da Judéia. A Síria procurava se vingar, quando Roma começou a se impor na região. Se o reinado de Simão foi bastante calmo, seu filho João Hircano (135 – 104 a. J. C.), acumulou sobre si os poderes políticos e religiosos, foi tomado de um poder ambicioso de conquista. Ele contratou mercenários de todas as culturas a fim de dominar a Samaria e a Iduméia. Os sábios, chamados Fariseus, os "separados", porque procuravam uma vida de piedade, se opunham às loucuras expansionistas de João Hircano, reprovando sempre seu acúmulo das funções políticas e religiosas, o que era contrário aos princípios da Torah.

Foi nessa época que o rei entrou em conflito com os sábios até ao ponto de expulsá-los do reino. Depois preferiu voltar-se para a casta religiosa dos Saduceus (descendentes do Sumo Sacerdote Sadoc, que oficiou na época do rei Davi), pois este tinha elaborado um culto adaptado à aristocracia judaica. Para eles a vida religiosa tinha se voltado exclusivamente em torno do Templo e do Sinédrio, o grande tribunal de Jerusalém, isto quer dizer, em torno das grandes estruturas de poder. Entre eles os grandes temas religiosos eram a negação da imortalidade da alma e da ressurreição dos mortos, o que eram idéias contrárias à fé dos fariseus.[1]

No fim de seus dias, cheio de remorsos, João Hircano pediu a sua esposa Salomé Alexandra de se reconciliar com os Fariseus e de lhes oferecer um lugar no dentro do governo. Eles recusam a oferta e mais fortalecidos agora os Fariseus afastam-se dos Saduceus e começam uma reforma do mesmo tipo que as reformas de Esdras. Eles reorganizam o grande tribunal de Jerusalém, estabelecem o contrato da Ketouba ou o "escrito" do casamento, garantindo os direitos da esposa durante seu matrimônio ou em caso de viuvez ou de divórcio; e desenvolveram igualmente redes escolares. Essas reformas trouxeram uma grande calmaria na região.


 [1] Cf. Haddad, Philippe. Op. cit. p. 53.