95 – A maioridade religiosa

A maioridade religiosa

A cerimônia chamada "bat mitsvá" para as filhas, e "bar mitsvá" para os jovens, corresponde à idade da puberdade. As filhas eram mais adiantadas nesse aspecto, por isso para elas ocorre aos doze anos, e para os jovens meninos, aos treze anos. Essa mudança fisiológica acaba gerando também uma mudança no estatuto no plano ritual, pois o jovem se torna adulto, isto é, obrigado a cumprir os mandamentos da Torah.

A criança sabe muito bem receber, mas não sabe oferecer, pois é fundamentalmente egocêntrica. O adulto é aquele que possui a consciência do dom. Então, qual seria a idade que o homem teria tido a consciência sobre a alteridade? No momento onde biologicamente ele já pode gerar a vida.

Os termos bat mistvá e bar mitsvá significam literalmente "filha" ou "filho da mitsvá", "filhos dos mandamentos de Deus". O adulto não é mais somente aquele que foi gerado por seus pais, mas também aquele que tem consciência de ter sido criado para ter sua própria ação livre.

Hoje os jovens são preparados para essa cerimônia seja pelo Talmud Torah, equivalente à catequese, seja numa escola judaica, onde aprendem a ler o hebraico. Durante a cerimônia o jovem é chamado pela primeira vez a ler num rolo da Torah, revestido do chale de oração (talit) e com os tefilins. A filha no meio ortodoxo recita algumas orações ou propõe uma reflexão bíblica. Muitas famílias tentam destacar esse acontecimento importante em Jerusalém, diante do Muro das Lamentações.