122 – Obadia Sforno

Entre as celebridades rabínicas da Itália, citamos Obadia ben Yaakov Sforno que nasceu em Cesena em 1470. Ele foi um dos últimos grandes exegetas clássicos sefaradis, herdeiro da escola Judaico-Ibérica, antes do declínio dessa forma de estudo em favor da análise talmúdica apreciada pelas escolas da Europa do Leste.
Obadia Sforno foi um homem com um espírito justo e refinado, cheio de bom senso e discernimento, tanto no plano religioso como no campo das ciências e da filosofia. Médico renomado, filólogo, ele comentou todo o Pentateuco e escreveu um tratado de teologia, Or Amim (Luz das Nações) em hebraico e em latim. Seu sistema exegético era fundado sobre a interpretação literal racional.

Sensível ao Humanismo do Renascimento, e convicto de que o cristianismo, tirando a sua dimensão antissemita, participa da história da salvação ao lado de Israel, ele aceitou em receber como seu discípulo, aquele que se tornaria um dos promotores dos estudos hebraicos e gregos no Ocidente, o cristão Johann Reuchlin (1455-1522). Esse merece o eterno reconhecimento do Judaísmo, pois ele permitiu por seus esforços incansáveis, salvar de ser extinta a literatura rabínica, ameaçada pelas fofocas de Pfefferkorn, um judeu apóstata, pelas manobras do Imperador Maximiliano I, e pelo ódio fanático das universidades da França e da Alemanha. Sforno morreu em Bolonha em 1550.