Cantico de Simeao Jesus e a Lei primeira parte

La Promesse – Paris: Éditions Parole et Silence, 2002, p. 15-16.

A Igreja surgiu em Jerusalém, após Pentecostes, como “assembleia”, Kahal em hebraico, Ecclesia em grego. É inimaginável que ela pretendesse se substituir a Israel. Ela não é outro Israel, ela é o cumprimento mesmo em Israel do desígnio de Deus. Essa Igreja – aquela do Messias, Jesus – é antes de tudo a Igreja de Jerusalém, tal como está descrita nos Atos dos Apóstolos; ela será a Igreja – Mãe. Essa Igreja vê o cumprimento das promessas feitas a Israel e oferecidas no Cristo; a graça feita a Israel está no Messias aberto aos pagãos. Segundo a fórmula de Lucas no Cântico do velho Simeão (Lc 2,32), “este menino é a luz para iluminar as nações, e para a glória de Israel, seu povo”. Assim, quando chega o cumprimento dessa esperança, as nações pagãs chegam até à Eleição de Israel e partilham da graça.

Se coloca então à Igreja o problema de saber até que ponto os pagãos que tomam parte nessa Eleição irão querer praticar as observâncias que são ao mesmo tempo, a carga, uma tarefa e o privilégio de Israel. Em que medida devem eles estar ou não associados à totalidade da missão de Israel? Aqui está o maior problema que a primeira geração cristã teve de enfrentar, como nos testemunham os escritos do Novo Testamento.