Hoje, dia 20 de Dezembro de 2021, o Papa Francisco viveu um encontro emocionante com Sami Modiano, um sobrevivente do Holocausto.
Em Birkenau, quando tinha apenas 13 anos de idade, ele perdeu todos os seus pertences. Natural da ilha grega de Rodes, então uma colônia italiana, Sami tem agora 91 anos e diz ter sobrevivido ao nazismo “por milagre”.

“Os meus olhos” diz ele, “viram coisas horríveis”. Quando chegamos, éramos 2500, mas apenas 151 de nós sobreviveram, 31 homens e 120 mulheres. Saíram à força de Rodes em 18 de julho de 1944 e chegaram ao campo de concentração em 16 de Agosto de 1944: “A viagem durou quase um mês em condições de higiene desumanas que nunca, jamais, se poderia imaginar! Nem sequer um animal viajou como nós viajamos. Se os russos tivessem chegado um pouco mais tarde para a libertação, desses 2500 não teria restado nenhum”.

No campo de concentração, Sami Modiano foi imediatamente separado da sua amada irmã Lúcia, que foi logo morta pelos nazistas: inicialmente selecionado para morrer nas câmaras a gás, tal como seus primos, foi salvo graças ao seu pai, que o empurrou entre aqueles que teriam de realizar trabalhos forçados temporários.
Lembra-se de tudo sobre o campo de concentração, tal como o desespero daqueles que “decidiram acabar com a própria vida: atiraram-se contra os arames farpados pelos quais passava a linha de alta tensão, e morreriam eletrocutados”.

“Tenho uma ferida que nunca mais se fechará. Eu ainda sofro. Especialmente quando conheço os jovens e tenho de explicar tudo isto: para mim é uma dor enorme, mas o faço. Faço isso porque compreendo que o Pai Eterno me escolheu para transmitir a estes jovens, que fazem parte desta nova geração, a memória do que eu vivi, para que não volte a acontecer”.

Vatican News 20 de Dezembro de 2021