O Judaísmo – História e Desenvolvimento

7 – Caminhando no Deserto
manaContinuando seu caminho em direção à terra das promessas, esse povo, metade hebreu e metade pagão, impregnado ainda de idolatria, de supertições e de espíritos de magia, e que só tinham conhecido o chicote e o medo, revela seus fracassos. A falta por terem construído a imagem do bezerro de ouro revelou que as exigências do monoteísmo ainda não tinham sido alcançadas; o pecado dos exploradores e do povo que se recusa a atravessar o Jordão mostra que o povo ainda não estava pronto a entrar na História (Ex 32 e Livro do Números capítulo 14 – Nm 14). Os sinais e prodígios realizados no Egito, a travessia milagrosa do Mar dos Juncos, a manifestação divina (Epifania) no Monte Sinai ou o milagre diário do Maná, que caía sempre junto com o orvalho da manhã... Tudo isso tinha na verdade impressionado os filhos de Israel, mas não tinha transformado suas vidas profundamente (os milagres nunca transformam as pessoas, mas podem anestesiar sua responsabilidade). No final esse povo preferia ser cuidado por Deus, como um adolescente protegido por sua mãe ou por seu pai. Era preciso esperar ainda quarenta anos, até que uma nova geração surgisse e visse germinar um verdadeiro sentimento nacional e uma vontade de se instalar sobre a terra prometida.
Essa caminhada de quarenta anos sob a proteção constante divina foi a origem da Festa das Tendas, das Cabanas (Sukot).